terça-feira, junho 05, 2007
Le Printemps
Apos um longo e branco inverno, tudo que se quer é calor e verde. E assim como os dias aumentam rapidamente de tamanho, as plantas transforman-se de galhos secos e retorcidos em exuberantes seres verdes que enchem os olhos. Nunca senti tanta falta de ver a natureza verde como este ano, mal podia esperar que as arvores brotassem. E junto com as folhas vem os passaros, lebres, castores e guaxinins que se revelam ao olhar mais atento.
sexta-feira, junho 01, 2007
Reciclantes e Reciclados
Morei em Porto Alegre quase toda a minha vida, tirando alguns meses de nomadismo aqui e ali, passando por uma crise bicho grilo de um verão estendido em Garopaba, e um tempo perdida na África, na Republica dos Camarões.
Sempre fui uma reciclante das mais ferrenhas, daquelas que guarda qualquer papelzinho de chiclete na bolsa pra colocar no lixo seco quando chegar em casa. E sempre soube que Porto Alegre tem um bom sistema de reciclagem, se a gente tirar fora o desprezo do governo pela coleta feita em carroças – verdadeira tortura aos cavalos e a qualquer um que tem consciência.
Entretanto, pensava que por aqui no norte das Américas, aquela conversa toda de que Canadá tem o melhor nível de vida mundo, bla,bla,bla, que a reciclagem de lixo por aqui seria mais do que perfeita. Ledo engano, meus caríssimos e seletos leitores!
A coleta seletiva aqui É UM LIXO!
O governo faz uma coleta de lixo seco uma vez a cada quinze dias. O morador deve dispor seu lixo previamente separado em metais e vidros, plásticos e papel (se você não fizer isso leva uma multa) e o tipo de material aceito é bastante restrito, apenas uma pequena porcentagem de papel e plástico pode ser colocado para reciclar. Resultado: grande quantidade de material que poderia ser reciclado vai pro lixão.
Outra coisa, reciclar aqui custa caro, porque a hora de trabalho aqui, mesmo de mão de obra desqualificada, é cara. Então vale mais a pena jogar no lixão e produzir tudo de novo que reciclar.
Junte-se a isso que o Canadense na sua maioria prefere ficar na frente da TV a cabo enchendo a cara de batata-frita do que ficar separando lixo (pensava que por aqui todo mundo é culto??? Hehehehehe....forget about it...)
Agora considere o nível de consumo dessa gente! Algo que ao sul do Equador nunca se viu. Ai no Brasil a gente manda consertar a TV quando ela apresenta um defeitinho, aqui ela vai pro lixo. E assim com os eletrodomésticos, com os moveis da cozinha que ainda estão bons, mas ficaram fora de moda, com o computador do ano passado, com a imensa quantidade de comida que se compra apenas para se jogar fora. Imaginem a quantidade de dejetos gerada em um ano...
Pelo menos a população aqui é de trinta milhões. Já imaginou cento e oitenta milhões consumindo desse jeito? Isso que nem mencionei o fato de que aqui o transporte publico simplesmente é um caos, tudo é longe e cada cabeça (incluindo os adolescentes a partir de 16 anos) tem um carro.
É meu amigo, é muita gasolina nesse grande tanque!!!! E ainda por cima custa a metade do que custa no Brasil.
Com certeza existem iniciativas de consumo consciente, vejo muita gente no supermercado com sacolas não-descartáveis, é grande o movimento pela compra local – estimulando os produtores rurais da região e evitando o custo e a poluição do transporte.
Mas da próxima vez que você pensar que o Brasil é uma merda e a América do Norte é perfeita, pense de novo. A gente sempre tem a tendência de achar que a grama do vizinho é mais verde do que a nossa, mas temos de reconhecer as coisas que funcionam no Brasil. É claro que tanto por ai como por aqui existe muito a melhorar, mas os gringos não estão com essa bola toda.
Sempre fui uma reciclante das mais ferrenhas, daquelas que guarda qualquer papelzinho de chiclete na bolsa pra colocar no lixo seco quando chegar em casa. E sempre soube que Porto Alegre tem um bom sistema de reciclagem, se a gente tirar fora o desprezo do governo pela coleta feita em carroças – verdadeira tortura aos cavalos e a qualquer um que tem consciência.
Entretanto, pensava que por aqui no norte das Américas, aquela conversa toda de que Canadá tem o melhor nível de vida mundo, bla,bla,bla, que a reciclagem de lixo por aqui seria mais do que perfeita. Ledo engano, meus caríssimos e seletos leitores!
A coleta seletiva aqui É UM LIXO!
O governo faz uma coleta de lixo seco uma vez a cada quinze dias. O morador deve dispor seu lixo previamente separado em metais e vidros, plásticos e papel (se você não fizer isso leva uma multa) e o tipo de material aceito é bastante restrito, apenas uma pequena porcentagem de papel e plástico pode ser colocado para reciclar. Resultado: grande quantidade de material que poderia ser reciclado vai pro lixão.
Outra coisa, reciclar aqui custa caro, porque a hora de trabalho aqui, mesmo de mão de obra desqualificada, é cara. Então vale mais a pena jogar no lixão e produzir tudo de novo que reciclar.
Junte-se a isso que o Canadense na sua maioria prefere ficar na frente da TV a cabo enchendo a cara de batata-frita do que ficar separando lixo (pensava que por aqui todo mundo é culto??? Hehehehehe....forget about it...)
Agora considere o nível de consumo dessa gente! Algo que ao sul do Equador nunca se viu. Ai no Brasil a gente manda consertar a TV quando ela apresenta um defeitinho, aqui ela vai pro lixo. E assim com os eletrodomésticos, com os moveis da cozinha que ainda estão bons, mas ficaram fora de moda, com o computador do ano passado, com a imensa quantidade de comida que se compra apenas para se jogar fora. Imaginem a quantidade de dejetos gerada em um ano...
Pelo menos a população aqui é de trinta milhões. Já imaginou cento e oitenta milhões consumindo desse jeito? Isso que nem mencionei o fato de que aqui o transporte publico simplesmente é um caos, tudo é longe e cada cabeça (incluindo os adolescentes a partir de 16 anos) tem um carro.
É meu amigo, é muita gasolina nesse grande tanque!!!! E ainda por cima custa a metade do que custa no Brasil.
Com certeza existem iniciativas de consumo consciente, vejo muita gente no supermercado com sacolas não-descartáveis, é grande o movimento pela compra local – estimulando os produtores rurais da região e evitando o custo e a poluição do transporte.
Mas da próxima vez que você pensar que o Brasil é uma merda e a América do Norte é perfeita, pense de novo. A gente sempre tem a tendência de achar que a grama do vizinho é mais verde do que a nossa, mas temos de reconhecer as coisas que funcionam no Brasil. É claro que tanto por ai como por aqui existe muito a melhorar, mas os gringos não estão com essa bola toda.
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