Assistindo "MILK" ontem, filme sobre o estado-unidense Harvey Milk e sua trajetória de ativista dos direitos gay na década de setenta, fiquei pensando nas manifestações deles pelas ruas de São Francisco.
Houve um tempo, em que as pessoas saiam nas ruas pra se manifestar, para mudar leis, para comunicar ideais, para protestar contra injustiças. Já se deram em conta que a gente não vê mais muito disso por ai?
À parte os franceses, que organizam passeata até pra protestar sobre cor de pasta de dente, parece que manifestação virou coisa do passado.
O mais intrigante é se dar conta que de geração em geração, são os jovens que protestam, que vão as ruas. Ou ao menos iam.
Me faz pensar em Guy Debord e a sociedade do espetáculo. Estamos ficando cada vez mais ociosos pra ter mais tempo para ficar na frente de uma tela consumindo “espetáculo” e “batata frita”. Ou será que a epidemia de obesidade do primeiro mundo, onde se tem mais dinheiro pra consumir e mais tempo disponível, não quer dizer nada ?
Mas a falta de opinião publica não é privilégio dos financeiramente privilegiados.
Nós da mais latina das América, somos temos um romance histórico protesto. Durante a ditadura militar muitos morreram na tentativa de manter este direito. A minha geração foi para ruas desbancar um Presidente. Perdi a conta de quantos comícios eu fui e quanta cervejada tomamos depois na Cidade Baixa.
O antigo Largo da Epatur, que fervilhava em dias de comícios nos anos noventa, atualmente chama-se Largo Zumbi dos Palmares.
O nome é ficou mais democrático, mas tenho a impressão de que lugar ficou menos político.
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